sábado, 24 de janeiro de 2009

FRIO

Me peguei com um medo no mínimo intrigante... Não conseguia falar, nem se quer esboçar uma expressão, estava parado, estático, era o frio que tomava conta do meu corpo, subia pela barriga e chegava até o peito, congelando-o como uma pedra, me tornando paralitico. Não entendi, fiquei confuso, logo eu? Eu que sempre dizia tudo o que sentia, sem medo de ouvir o que não queria. Porque isso agora? Porque isso com ela? O que desta vez tenho que aprender? São mais e mais perguntas que surgem a todo o momento... e sem deixar de ser novidade, todas elas sem alguma resposta, ou até mesmo um sinal.
Descobri que aquele frio na barriga que eu sentia quando estava perto dela, nada mais era que o medo, ou seja, era o medo que tomava conta de mim e me paralisava de tal forma que não era capaz de soltar um suspiro. Mas Bela não sabia que era medo o que eu sentia, afinal, ninguém sabe que eu sinto medo, dor, falta...
E como falar? Qual seria o momento? Acho que seria aquele no carro, quando aquela musica começasse a tocar.... então ela olharia nos meu olhos, ficaríamos ali por alguns minutos, perdido, um olhando os olhos dos outros, desviaríamos os olhares para as bocas e um beijo aconteceria... Mas e se a musica não tocasse? Não posso me prender a uma fantasia boba e ingênua de que as coisas acontecerão da forma com que eu sonho... Não posso acreditar para sempre que ela vai ligar e dizer o que sente, de que vai me mandar chocolates suíços com um par de alianças. Mas se não posso acreditar nisso em que vou acreditar? Por outro lado, se eu continuar esperando o sonho se tornar realidade quando é que vou falar?
Está na hora de colocar os pés no chão, perceber quem nem todos pensam e agem como você e de que os outros também possuem lá seus frios na barriga. É hora de ter coragem para enfrentar seus medos sozinho, se aquecer com seu próprio calor e falar de um possível amor.

24 de janeiro de 2009
Marco Salera Castro

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