quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

NASCER

Não sei... Estou no momento tão meu, mas mais que de repente me surge a angustia de compartilhar este momento com alguém. São as contradições e a instabilidade de uma cabeça cheia de sonhos e vontades que começam a transbordar. Pode ser que seja por conta do fim de ano, mas também pode ser por conta do coração.
Faz tanto tempo que não escrevo por aqui, faz tanto tempo que não jogo minhas idéias para fora, talvez fosse disso que eu precisava fazer, estava mesmo sentindo vontade de ficar um pouco mais comigo, me deixar falar, me ouvir, me sentir...
Às vezes penso, a vida passa tão de pressa, tão sem pedir licença, e fico aqui pensando se estou fazendo a coisa certa, se pensar em mim e só em mim agora faz sentido... dias destes alguém me disse que eu era egoísta, não tiro a razão e agradeço por esta pessoa ter entrado em minha vida, mesmo que por breves instantes, mas tenha certeza, nestes breves instantes pude aprender muito.
A questão agora é: será mesmo que estou pronto ou será apenas um momento, uma variante deste tempo tão inconstante que é a emoção?
Por vezes chego a pensar se não estou muito “velho”, o que o Registro Geral diz não condiz com a minha verdade, com a verdade de quem sou, mas em contra partida vejo que foi isso que me fez chegar onde estou, ser reconhecido e admirado. Acho que aquela velha “Sorte no jogo, azar no amor” se faz valer...
Faz sentido dizer que estou mudando, sinto isso, é como se algo estivesse transformando, sinto que um novo Marco está nascendo, minhas prioridades e desejos estão mudando aos poucos, porém estão mais evidentes, mais bruscas e acho que justamente tanta mudança que está me fazendo reavaliar o que eu quero ou com quem eu quero estar, se isso é bom ou ruim eu ainda não sei, mas tenho certeza que continuarei aprendendo, sempre e sempre...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

QUERO SIM

Quero sim,

Quero tentar realizar todos os sonhos que estão em mim,

Todos os desejos, todas as vontades,

Mas não consigo fazer isso só, afinal só não estou,

Tenho você, ele, ela e tantos outros...

Tenho medos, bloqueios, anseios e receios

Para dizer sim ao real

É da sua boca que eu preciso

É da mão dele que vou partir

É do colo dela para onde irei voltar

Não quero partir sem sentir

Quero ir para ficar e poder voar

E se não puder ficar quero apenas guardar.

Se tiver que voltar, quero sorri e lembrar!

Tenho em mim todos os sonhos do mundo” – Fernando Pessoa

 

São Paulo, 27 de Fevereiro de 2009.

Marco Salera Castro

BAÚ

Escutei o som do baú se abrindo novamente, eram os sentimentos antigos, os desejos recalcados, emergindo novamente. Pode as horas, os dias, os meses e até mesmo anos se passarem, algum dia eles voltam. Não adianta tentar esquecer, fechar os olhos para o que de fato existe. E quando isso acontecer, quando este baú abrir, não fique triste ou desesperado, com raiva porque não esqueceu algo que talvez quisesse tanto, mas sorria, alegre-se, pois são esses sentimentos, são esses os desejos, mais puros, mais sinceros.

Tenha em mente que as melhores coisas que aconteceram em sua vida foram marcadas eternamente em sua linha do tempo, e quando digo melhores coisas, as dolorosas e tristes também são incluídas e é disso que você tem que ser orgulhar, contar para os outros, contar para os pais, irmãos, amigos, talvez até filhos e netos. Mas por que devo sentir orgulho, alegria, quando me lembro de coisas que me fizeram mal? Horas... Se te fizeram mal é sinal que algo você aprendeu, que algo você ensinou, que em algo você cresceu... E é esse o grande barato da vida, ter a certeza de que Nanda que acontece com nós seja por simples acaso. Não que isso não aconteça, mas quando acontece agente simplesmente esquece. O que trás o movimento de mudança em nossa vida, isso sim tinha que acontecer.

Veja aquela menina que ao ouvir certa musica lembra-se de um antigo amor, isso basta para que um baú se abra, mostrando tantos e tantos momentos que passou com ele até mesmo o mais doloroso, a despedida. Mas hoje ela está casada com outro rapaz, tem uma filha... outra vida. Ela pode nem imaginar, mas algo em tudo aquilo ela aprendeu e levou para sua vida, como algo involuntário, que passa desapercebido, mas que faz toda a diferença.

Poderia citar uma vida inteira de exemplos, mas eu não agüentaria escrever e nem você a ler tanto. Mas o que quero dizer é que quando uma lembrança tomar conta de você curta ela, seja feliz e veja o quão bem ela te fez.

Se fazemos certo ou errado hoje não sabemos, mas amanhã aprenderemos, com isso não se preocupe em fazer o que é certo, preocupe-se em viver aprendendo!

 

São Paulo, 11 de Stembro de 2009

Marco Salera Castro

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nothing Ever Hurt Like You

Loving you was easy
Playing by the rules
But you said love tastes so much better when it's cruel
To you everything was just a game
And oh yeah you played me good
But I want you, I want you, I want you so much more than I should
Yes I do
I got my hands out to take your aim
Yeah I'm ready
There's nothing now, we can't go through
Oh and hit me like a steel frame train
When you left me
And love will ever hurt like you
Nothing never hurt like you
I was naieve and wide-eyed
But you made me see
That you don't get to taste the honey without the sting of the bee
No you don't
Oh yes you stung me good
Oh yeah you dug in deep
But I take it, I take it, I take it 'till I'm down on my knees, on my knees
I got my hands up to take your aim
Yeah I'm ready
There aint nothing that I won't do
Walk a thousand miles on broken glass
It won't stop me
From make my way back to you
It's not real until
You feel the pain
And nothing ever hurt like you
Nothing ever hurt like you
Oh nothing hurt like you
You got to believe me
Oh everything was just a game
Yes you played me good
But I want you, I want you, I want you, I want you, I want you
Oh I got my hands up to take your ring
Yes I'm ready
There aint nothing that we can't go through
Oh and hit me like a hurricane
When you left me
But I'd do it all again for you
I'd would walk a thousand miles on broken glass
It won't stop me
From making my way back to you
It's not real until
You feel the pain
And nothing ever hurt like you
Nothing ever hurt like you
Nothing in the whole wide world
Nothing nothing nothing ever hurt like you
Not you, like you
Not like you
Ever hurt like you, you you
Na na na, du du du
Nothing eever hurt like you

 

James Morrison

terça-feira, 16 de junho de 2009

BLOQUEIO

Acho que estou em crise, idéias surgem aos montes, mas a expiração trava após a décima linha, não sei o que há, não sei o porquê as palavras não querem sair. Por aqui sempre procuro expor minhas experiências, questionamentos, dores e desejos, e ao tentar escrever esses novos textos nada sai, é como se alguém dissesse pra mim “Isso não vai sair daqui de dentro” confesso que até tenho medo, o porquê deste bloqueio repentino não sei, alias não tão repentino. Se juntasse todas as dez linhas que já escrevi e apaguei daria um livro.

Será que nem em palavras conseguimos fazer o que queremos? E quando iremos poder fazer o que queremos? Quando teremos uma liberdade liberada? Voar, a como seria bom voar. Meu coração não se cansa de ter esperança de ser o que quer.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Res: AO MEU AMIGO

Marco, meu amigo!

Acredito que tivemos momentos inexplicáveis juntos, momentos prazerosos, engraçados, sádicos, devaneios e até mesmo momentos de sanidade. Acho que essa viagem foi importante, pois conhecemos pessoas loucas, porém pessoas loucamente prazerosas, que dá vontade de manter amizade e criar laços.

Eu preciso me encontrar, sair desse mundo corrupto e ao mesmo tempo gostoso, acredito que não pertenço a isso, pois a minha moral é maior do que a vontade de participar de tudo isso. Quero que vá viajar tranqüilo, que fique feliz, que deixe fluir o que há de melhor dentro de você, que emane felicidade, paz e principalmente saúde. Eu estou triste, sozinho, com medo, com aperto no peito, mas uma pessoa me ensinou uma palavrinha que sempre procuro utilizar – Vai ficar tudo bem! Estou apaixonado, não sei se sou correspondido, ora sim, ora não, vamos ver o que acontece na minha vida nesse final de semana em São Paulo.

Quando você voltar, quero te encontrar durante a semana, vamos conversar, colocar o papo em dia e acima de tudo, perceber que estamos bem, que esse momento fatídico foi apenas um momento pelo qual tínhamos que passar e ainda bem que foi juntos. Estarei com você, ore por mim também e sei que mesmo longe você está perto do meu coração, haja o que houver.



Te amo,
Victor.

São Paulo, 24 de Abril de 2009

AO MEU AMIGO

Meu querido amigo Victor,

Escrevo esta para lhe dizer que com alegria estarei a caminho de Caragua na data de hoje. Passarei meu fim de semana relaxando, afinal nossa insanidade do feriado ainda impregna minha alma e enlouquece meu corpo. Preciso deste contato com a natureza, com a mar, com a área, preciso recompor toda minha energia, a mesma que foi entregue, sem muito esforço, para aqueles falsos moralistas, que jogaram suas mascaras após conhecer o sabor acido da loucura.
Está na hora de reencontrar meu equilíbrio, aquele tal que me faz acordar com animo e disposto para mais um dia sabatinado, torturante. Quero de volta minha fé, é ela que move meus sentimentos, desejos e votantes, fico sem rumo sem ela, vulnerável aos desejos alheios, as orgias, as sujeiras.
Quero voltar a ser o velho e bom Marco, calmo, tranqüilo, observador, analítico, quanta pretensão a minha dizer essas qualidades, mas se eu não acreditar como poderei ser?
Espero voltar renovado, pronto para mais aventuras, para ouvir mais historinhas engraçadas do Forest, para derreter com o sol apagado, para sentir o movimento parado.
Confesso ir preocupado com você meu amado amigo, acredito que também precise desta renovação e espero que a tenha, se pudesse teria esta renovação junto a ti, o que seria um imensurável prazer. Por fim, lhe espero um belo fim de semana, com paz e alegrias, com tesão e calmaria. Ore por mim e lembre-se sempre que amo ser seu amigo! longe ou perto estarei sempre com você!


São Paulo, 24 de Abril de 2009
Marco Salera Castro

sábado, 4 de abril de 2009

SENSAÇÕES

Amor, ódio, desejo, aventura, prazer, medo, receio, aflição, ternura, raiva, indiferença, alegria, solidão... Sensações que impregnam minhas veias e que movem minha vida, direcionam meu ser, me fazem pulsar. Cada um com seu sentido e suas devidas responsabilidades, cada um em seu devido momento e prazo de validade. Imprescindíveis na vida humana e porque não na minha? Ouso dizer que sou capaz de senti-las uma a uma, ou todas juntas, por aquilo ou por aquele, entorpecem minha alma e me deixam por vezes perdido, amortecido, sem reação alguma. É um over dose de ser, de saber, de sentir, uma confusão que toma conta do imaginável, do sombrio, que me faz cólicas e arrepios, me deixam em estado de euforia, êxtase e de melancolia. Sou acima de tudo um pobre ser humano, vulnerável aos ditos populares, as mandingas, crenças e pré-conceitos e por isso tenho minha absolvição, não irei para o inferno por sentir de mais, mas confesso ser impossível ir para o céu por fazer de mais. Me resta então continuar a sentir e deixar ser sentido.


São Paulo, 04 de Abril de 2009
Marco Salera Castro

MAIS UM

Hoje celebro ser mais um, mais um no meio de tantos outros, tantas raças, cores, crenças, sou mais um no anonimato, no meio da multidão, gritando sem ser ouvido, chorando minhas dores, sorrindo minhas felicidades. Na esquina, parado, encostado em um poste, passo por despercebido, mas nem por isso fecho meus olhos ao mundo, vejo então, do outro lado da rua, uma bela donzela que aguarda tremula e com suor nas mãos frias o jovem rapaz, uma mãe passeando com seu lindo bebê de bocheches rosadas e cabelos de fios de ouro, crianças na praça ao lado brincando de pega-pega, pique - esconde, pipa e amarelinha o moço do sorvete alegra o domingo ensolarado. Vejo uma senhoria infeliz que passeia com seu cachorro e uma sacola cheia de pães, o mendigo esfomeado que chora com suas crianças pela misericórdia de um prato de comida. A prostituta que aborda os três rapagões que por ali passavam lhe dizendo “vamos gozar gostoso garotões”. As freiras sofrendo as dores dos moribundos. Há também as futilidades particulares dos sapatos de 100 mil dólares e os Incorruptos Corruptíveis. Nestas dezenas, centenas e milhares que estou, estou em um mundo que por sua vez é amável, e que noutra hora se torna sujo, vulgar, falsário.
Sou mais um condenado a viver dentre milhões de destinos deturpados, confusos, sem anseios e desejos. Sou mais um passando por despercebido e que mesmo assim sofre as interferências dos destinos alheios, dos famintos por vida, dos desejos recalcados.



São Paulo, 04 de Abril de 2009
Marco Salera Castro

terça-feira, 31 de março de 2009

ARREPENDIMENTO

Quem é que nunca quis voltar no tempo? Quem é que nunca se arrependeu por algo que fez? Às vezes ouço as pessoas me dizendo que não se arrependem de nada que fizeram, ai fico me perguntando se sou eu um impulsivo louco, um desvairado insano, que vez sim, vez não se arrepende sim de certas coisas que fez. Fico certamente espantado com tanta assertividade que essas pessoas mostram ter, tanta certeza em suas escolhas. Não sei se um dia irei aprender ser assim, ou se há possibilidade de ser assim. Só tenho a certeza de que hoje me arrependo sim de tanto que já fiz e até mesmo de tanto que não fiz.
Voltar o tempo não é possível, afinal à vida é tão rara e tão única e por sua vez eu sei que a vida não para, mas e agora, o que fazer diante de tantos arrependimentos, de tantas escolhas más escolhidas? Talvez o jeito seja prestar atenção para não repetir os mesmos erros, ser mais paciente, mais compreensivo... E quanto ao que já fiz, não posso fazer mais nada, é como dizem: “Não chores pelo leite derramado” não há o que se desculpar, se lamentar, tripudiar, ter ódio, raiva... Existe uma palavra que é capaz de dar conta de todos estes outros sentimentos... ARREPENDIMENTO.


São Paulo, 31 de Março de 2009
Marco Salera Castro

sexta-feira, 27 de março de 2009

SE FOI...

O meu bem se foi
Deixou saudades, mas que bom que se foi...
Foi pra não voltar mais, foi para aliviar um peso.
O peso do amor pesa
Pesa mais que o peso da dor
Sem conseqüência ele te entorpece
Te de derruba no chão
Faz de um garanhão um simples bobalhão

O meu bem se foi
Deixou felicidade, mas que bom que se foi...
Foi para ser lembrado na eternidade
Nos simples momentos,
Ou no êxtase dos tempos
Eloqüente em seus desejos
Transformava a tensão em pura excitação
Fazia da imaginação um pontilhão de perdição.

O meu bem se foi
Deixou esperança, mas que bom que se foi...
Foi para dar lugar a outros tantos
Tantos estes, que virão e irão.
No compasso do tempo,
Cada um com seus defeitos
Marcando no peito todo o seu desejo
Meu bem se foi....


São Paulo, 27 de Março de 2009
Marco Salera Castro

domingo, 15 de março de 2009

TUFÃO

É algo que me espanta
Quando vejo, aconteceu...
Ao parar para pensar
Posso olhar para traz ver como foi, porque foi.
Mas quando tento ver além...
O que vejo são sonhos, imaginação.
Então percebo os gestos, as falas, as idéias...
Todas se transformando em um grande mix
Mudam, alteram e revelam,
Sem ao menos pedir permissão.
Saem sem controle, por pura impulsão,
E são estas que transformam, mudam, alteram...
A Vida, o presente e o futuro.
Um bater de azas... Torna-se um tufão?!
Então...
Acorde e dê um sorriso
Dê esperança, dê fé, amor, carinho...
Nada como uma boa tempestade para mudar.
E lembre-se que mudar não realiza sonhos...
Mas que para realizar sonhos é preciso mudar!


São Paulo, 25 de Março de 2009.
Marco Salera Castro

segunda-feira, 2 de março de 2009

NUM SÓ CORPO

Uu tentei,
mas não deu pra ficar
sem você
enjoei de esperar
me cansei de querer encontrar
um amor pra assumir teu lugar

é muito pouco,
vem alegrar o meu mundo que anda vazio
me deixa louca
é só beijar tua boca
que eu me arrepio, arrepio, arrepio
e o pior
é que você não sabe que eu sempre te amei
pra falar a verdade eu também nem sei
quantas vezes sonhei
juntar teu corpo, meu corpo
num corpo só

vem!

se estiver acompanhado, esquece e vem
se tiver hora marcada,
esquece e vem
venha ver a madrugada e o sol que vem
que uma noite não é nada
meu bem, vem!


Maria Rita

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

QUEM SABE UM DIA

Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

REALIZAR

Quero sim,
Quero tentar realizar todos os sonhos que estão em mim,
Todos os desejos, todas as vontades,
Mas não consigo fazer isso só, afinal só não estou,
Tenho você, ele, ela e tantos outros...
Tenho medos, bloqueios, anseios e receios
Para dizer sim ao real
É da sua boca que eu preciso
É da mão dele que vou partir
É do colo dela para onde irei voltar
Não quero partir sem sentir
Quero ir para ficar e poder voar
E se não puder ficar quero apenas guardar.
Se tiver que voltar, quero sorri e lembrar

“Tenho em mim todos os sonhos do mundo” – Fernando Pessoa

Marco Salera Castro

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

SONO

Hoje, acordei pela madrugada
Desci as escadas e bebi um copo de água
Ainda sonado voltei para cama
Facilmente me rendi ao Morfeu, que feliz me aguardava
Acordei pela manhã cansado e me perguntei:
Por onde você andou esta noite?
O que fez para se cansar?
Tão logo a memória já me respondeu
Andei pelos lugares mais torpes
Conheci os lugares mais belos
Estive nos lugares mais insanos
Tive medo, fome e frio
Senti tesão, prazer e vontade
Ganhei amor, carinho o afeto
Estive em meus sonhos o tempo todo.

Marco Salera Castro

AS TIAS

Sempre estão nos acusando de alguma coisa,
Com o dedo em riste: "Meninos, não façam isto!
Não presta deixar os sapatos virados no chão com a sola para cima,
Nem nunca puxar dessa maneira as tranças da Adalgisa!"
No entanto não sabem
Que as crianças no fundo gostam disso
E que a violência é uma das formas mais deliciosas do amor...
A gente grande só tem ridículas briguinhas conjugais
Apenas para poderem se reconciliar depois!
Ai de nós, de nossa vida com elas...
As nossas intrometidas tias são eternas e de todos os sexos!


Mario Quintana

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

FOME

Pensamentos, inconstâncias
Medos, angustias
Frio, solidão
Palavras, imagens
Duvidas, arrependimentos,
Dor, tristeza...
Tudo em um só lugar,
Tudo em um só corpo.
E como dar conta deste vulcão?
Palavras não são ditas,
Ouvidos são exaustivamente usados.
O que fazer com minhas palavras?
Palavras que imploram para sair...
Tranca-las na gaveta mais alta?
Gritar no vácuo do silencio?
Tenho fome de explodir, de gritar
Tenho fome e não me deixam comer.



São Paulo, 26 de Janeiro de 2009
Marco Salera Castro

sábado, 24 de janeiro de 2009

FRIO

Me peguei com um medo no mínimo intrigante... Não conseguia falar, nem se quer esboçar uma expressão, estava parado, estático, era o frio que tomava conta do meu corpo, subia pela barriga e chegava até o peito, congelando-o como uma pedra, me tornando paralitico. Não entendi, fiquei confuso, logo eu? Eu que sempre dizia tudo o que sentia, sem medo de ouvir o que não queria. Porque isso agora? Porque isso com ela? O que desta vez tenho que aprender? São mais e mais perguntas que surgem a todo o momento... e sem deixar de ser novidade, todas elas sem alguma resposta, ou até mesmo um sinal.
Descobri que aquele frio na barriga que eu sentia quando estava perto dela, nada mais era que o medo, ou seja, era o medo que tomava conta de mim e me paralisava de tal forma que não era capaz de soltar um suspiro. Mas Bela não sabia que era medo o que eu sentia, afinal, ninguém sabe que eu sinto medo, dor, falta...
E como falar? Qual seria o momento? Acho que seria aquele no carro, quando aquela musica começasse a tocar.... então ela olharia nos meu olhos, ficaríamos ali por alguns minutos, perdido, um olhando os olhos dos outros, desviaríamos os olhares para as bocas e um beijo aconteceria... Mas e se a musica não tocasse? Não posso me prender a uma fantasia boba e ingênua de que as coisas acontecerão da forma com que eu sonho... Não posso acreditar para sempre que ela vai ligar e dizer o que sente, de que vai me mandar chocolates suíços com um par de alianças. Mas se não posso acreditar nisso em que vou acreditar? Por outro lado, se eu continuar esperando o sonho se tornar realidade quando é que vou falar?
Está na hora de colocar os pés no chão, perceber quem nem todos pensam e agem como você e de que os outros também possuem lá seus frios na barriga. É hora de ter coragem para enfrentar seus medos sozinho, se aquecer com seu próprio calor e falar de um possível amor.

24 de janeiro de 2009
Marco Salera Castro

VERRUGAS

É tão confuso, tudo em minha mente, os pensamentos se misturam com os desejos, que se mistura com os medos, que por sua vez se misturam com s lembranças... Hoje resolvi subir as escadas, acendi um cigarro e reparei nas estrelas que haviam no céu. Por algum motivo que não sei o qual veio uma voz que me dizia que não podia apontar o dedo para as estrelas, que se assim fosse feito surgiriam verrugas pelo meu corpo. Dei risada. Lembrei-me da inocência, da ingenuidade que tinha quando era pequeno, sim, pois quando pequeno morria de medo que nascessem verrugas em meu corpo. Por mais que eu tivesse vontade eu não ousava em contá-las e lembro-me que quando estava só, olhando para elas, chegava apontar uma ou outra, mas logo olhava para os lados com medo que alguém tivesse vendo aquilo que eu estava fazendo, como se fosse um crime apontar estrelas. Hoje quando olhei para o céu acho que tive vontade de contá-las, mas não consegui, será que minha ingenuidade se foi, ou ela permanece a mesma? Será isso bom ou ruim?
Na verdade queria poder contar todas as estrelas do céu, mas sei que não posso, pois são infinitas e não pelo medo das benditas verrugas. A pergunta que me faço agora é por quê? Porque isso tudo veio às vésperas de um ano novo, será um pedido de socorro, de ajuda ou até mesmo de mudança? Porque não consegui contar as estrelas? Porque tive medo? Será que acredito muito no que os outros dizem?
São tantas perguntas que chega a me doer a cabeça e o pior, são estas as perguntas mais difíceis a serem respondidas, não há resposta na maior enciclopédia muito menos num bilhete guardado no fundo de uma gaveta. As idéias são confusas e as hipóteses de possíveis respostas tornam a se misturar no meio de tudo, vira um verdadeiro fuzuê.
Aos poucos tudo vai se clareando, percebi que tenho medo de não ser bom o suficiente para poder contar todas as estralas que queria, talvez por isso esta farsa de verrugas, logo não iria contar as estrelas, pois nasceriam milhões de verrugas, então pude esconder por vinte anos o fato de não poder contar toas as estrelas por trás de uma mentira tola sobre verrugas.
Lembro-me das estrelas que ganhei nas primeiras séries, estrelas essas por ser o menino que mais “lia” livros. Lá na escola eles contavam os livros que você tirava da biblioteca, e ao final do ano eles premiavam os leitores mais assíduos e eu.... Eu sempre esta lá, entre os maiores leitores da escola. Mentira tola essa, pegava três ou quatro livros por semana na escola, mas não lia um se quer, nem me dava o trabalho de tirá-los da mochila. Mentira torpe, hoje eu percebo que não enganava ninguém a não ser eu. E porque fazia isso? Talvez medo de não ser bom em ao menos uma coisa, já que não podia contar estrelas do céu, contava estrelas de melhor leitor.
Acho sim que isso é um grande sinal, um sinal que devo começar a buscar pelas minhas próprias estrelas, sem temer, sem pensar se vou fazer feliz um ou outro, afinal o que é que importa se não nossa própria felicidade?
Parto agora para uma missão difícil e dura, sem mentiras, sem historinhas, está será uma missão Real, vivida por mim, e sentida apenas pelo meu corpo. Darei o nome a essa missão de “Missão Luz” e o objetivo principal será de achar minhas próprias estrelas e sem temer verrugas, que eu possa contá-las e me orgulhar.






São Paulo, 30 de dezembro de 2008
Marco Salera Castro